junho 25, 2008


Parcela

Deito o ouvido no mundo

Ouço a voz do útero da mãe terra

Deixa eu te mostrar o caminho

pois não sei aonde levará

Sou versado no desconhecido

Danças para a lua, pobre palhaço do antigo circo ?

Ecoam tuas gargalhadas vazias

Pela vazia lona:

Deserto sob o sol ?

Quando chegarem os forasteiros estarei dormindo

Os troncos agora são barcos

mas os rios secaram

Qual o pensamento não cabe na palma da mão ?

Estes teus olhos de negro diamante

Corpo de jade

Perfume das ervas

Ouço pulsar teu coração

a dias de distância

Eu, réu,

julgarei o juiz

libertos serão os pássaros da gaiola

lembrarei quão tristes

seus mudos cantos

no canto da sala

no pranto da cela

para ser livre não há parcela



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