Parcela
Deito o ouvido no mundo
Ouço a voz do útero da mãe terra
Deixa eu te mostrar o caminho
pois não sei aonde levará
Sou versado no desconhecido
Danças para a lua, pobre palhaço do antigo circo ?
Ecoam tuas gargalhadas vazias
Pela vazia lona:
Deserto sob o sol ?
Quando chegarem os forasteiros estarei dormindo
Os troncos agora são barcos
mas os rios secaram
Qual o pensamento não cabe na palma da mão ?
Estes teus olhos de negro diamante
Corpo de jade
Perfume das ervas
Ouço pulsar teu coração
a dias de distância
Eu, réu,
julgarei o juiz
libertos serão os pássaros da gaiola
lembrarei quão tristes
seus mudos cantos
no canto da sala
no pranto da cela
para ser livre não há parcela
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