dezembro 31, 2008

A PROFETISA ANA NO TEMPLO

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"A PROFETISA ANA NO TEMPLO

As fainas da viuvez trabalham uma horta nova
Quem me condenanrá por minhas vestes claras?
O recém-nascido vai precisar de faixas.
É um tal o amor o que prepara ungüentos
que obriga a divindade a conceder-se.
Até que esmaeçam,
velo as corucantes estrelas."

(Adélia Prado - O Coração disparado)

dezembro 30, 2008

filho do sangue coagulado


desde as palavras com teor de depedida
no teu ouvido ditas
ao dia em que se acalentava acalantos
no calor mútuo da pele e do ventre

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desatamo-nos um ao outro. maré que encobre castelos de areia
( uma fisgada)
o aroma da flor de amora sempre será triste lembrar.
nossas noites. um poema em prol da humanidade
incluindo os aborígenes
nossa amor, despido ao mar que não soube o tragar
claro sob as miragens do deserto.
a tinta e a pena findam
a palavra extinta só risca o papel, não da lembrança,
se firo a folha, eu ferido, pássaro desvairado
um buquê de horrores...
noites cavernosas do meu pensamento
mutilado e incolor, conforme cedo a força de recordar
e revolver a terra
memória

- que esquecer é não ver os próprios pássaros
o fado que nos é dado é o própria Atlas
o poeta tem apenas duas mãos e esqueceu do mundo
tudo é passado, acontece que ela desceu de céu entre lágrimas e dilacerado

fechar a janela.. mas que janela?
se minh'alma é a nua substância
e eu carrego meu sangue perdido sempre junto ao peito

jorra plena no chão e frio o meu suplício
no quarto vagas lembranças
e antes de dormir o golpe e sacrifício cálice da vinha
e a história espera enquanto vive no passado

...

"estás mal da cabeça... escapado ao impuldo dos meus versos... ou cambaleando embriagado"

...

há dias o ouro perdido
enterrado jazia abaixo da terra
quando nosso solo desabou e as vagas nos tragaram
atordoados desata-mo-mos uns aos outros

Arte... contraste
não era ouro o que enconstrastes


aos gritos, destávamos nós impossiveis
e em meio ao mar nos desatamos



pesadelos sob a chuva chuva
o vento abriu todas as janelas
na casa então inabitada recendia a sequidão oculta

misteriosos vales... e delta de humanos rios

...

mas que amor é este que me exala ausência?
e se esvai enquanto pulsa ainda...
o que é o que é!?
é veneno e não sacia a sede qua a vida sente da morte

olha-me: sou filho do sanqgue coagulado,
sou pássaro xaman

fogoterráguar

...e o vento me leva...
vou fogoterraguar por aí...
Eu sou filho do sangue coagulado
minh'alma vaga além mar
antes de a chuva regar

que quereis de mim, nuvens?
me fazer chover?
pois digo que eu poderia te ventar adentro
eu invento uma chuva que não cura a sede da terra
eu sou o filho do venenoque regou nosso sangue