Aqui
não há meu bem,
não faz mal.
Aqui só há pó
de estrelas,
e é só.
Aqui, nem as sombras se lembraram de aparecer
até os ritos esqueceram o amanhecer
aqui os pássaros sentem o vôo em prosa
só aqui, neste ombro ausente
sobrevoam inauditas aves
um novo pôr-do-sol
aqui, só ossos
somente o que restou da batalha
e ainda a navalha a recortar a pele
mas eu não saio derrotado debaixo de panos
meu espírito está nu
e minha alma condolente
espia dentro da madrugada
com órbita lacrimosa
o teu ADEUS
sei bem que não soubeste o que fazer com teus desejos
e sei também que
a delícia de meus versos que levaste à boca
fora nada mais plumas ao vento
sabe, eu não entendo, depois de tudo, ainda ser esse amor louco o motivo de nossa ruína. As iniciais em nossos olhares. Andavas nas ruas, e nem eras nenhuma Madalena à qual eu reverenciaria por ser, entre as fêmeas, distinta.
minha poesia condolente
através da ferida condensada
de mágoas e vidas
e queixosas pétalas caídas...
...ela emergia das águas, e ia...
eu, a ira e minha alma quase morta
sozinhos dentro do inverno mergulhados
sem fim, sem rumores de prantos dentro do oco que nós somos
por certo, somente o deserto, mas algo mais se anuncia
só que, estas palavras são mais que coisas
elas imagens paixões que o tempo força destruir
e mesmo em ruínas, algo prevalece, ao menos
em mim, este eu decepado, e enfim cura
cura, encontra a cura, e machuca a flor
enforca a delicadeza em chamas, a fúria
esquece, abafa o grito das entranhas
minha, nunca, mas, mais ainda sempre minha amada, adeus
meu espírito está nu
e minha alma condolente
espia dentro da madrugada
com órbita lacrimosa
o teu último ADEUS
Um comentário:
canção linda!
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